domingo, 25 de setembro de 2011

Os Reis do "IÊ IÊ IÊ"

"Iê iêêêê", rasga o vocalista, acompanhado por um coro de mais de 15 mil vozes. Não se trata de um programa da Jovem Guarda nas tardes da década de 60 nem do título do documentário dos Beatles, "Os Reis do Iê-Iê-Iê". Mas de um dos refrões da dupla Jorge & Mateus, no show da última quinta-feira no Paulínia Arena Music, mistura de rodeio com festival de música sertaneja que termina hoje, na cidade distante 120 km da capital. A dupla chega em São Paulo nesta semana para uma série de três shows no Credicard Hall.


O compositor da música é Humberto Teixeira Júnior, de 24 anos, que se adianta em explicar que o "iê iê" dele não faz remissão ao início do rock no Brasil nem à Jovem Guarda. Mas, assim como a turma de Erasmo e Roberto Carlos, diz que o sertanejo universitário sofre com a pecha de gênero alienado. "A nova música sertaneja sofre o preconceito de que não é boa. Só porque tem um tom alegre", diz, a despeito do amargor cultivado em algumas letras.


O administrador Bruno Carvalho, de 34 anos, apressado para entrar na arena totalmente coberta (a única do Brasil para um evento do tipo, garantem os organizadores), explica: "Balada tem sempre, mas diversão mesmo é no rodeio. Amigos do escritório, minha turma, todos estão aí dentro", aponta.


Já Jorge, da dupla com Mateus, dá o seu diagnóstico minutos antes de deixar o camarim: "Quem achava que só som cult é bom está mudando de ideia. Existem vários estilos e aqui todos querem se divertir", afirma. Era diversão em estado puro para a geração do iê iê, que curte a vida com a mesma intensidade que seus avós do iê iê iê.

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